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S. Fortunato di Camogli ,tanto
eu te posso rezar como zurzir,
não acredito em teu olhar de santo
nem tu no meu que não te quero ouvir.
S. Fortunato di Camogli enquanto
ando por aí mergulhado em porvir
há entre nós o tácito recanto
comum silêncio para repartir.
se faz inverno o teu claustro é quente
nele me sento para me aquecer
mas vem o verão e frequentemente
busco a frescura do teu entardecer
venho do mar, o porto permanente
meu encontro de sitios e viver.
No mar Tirreno me corre agora tinta
como se fosse tinta de escrever
passo tempo a olhar, a água pinta
em cada pedra branco amanhecer.
sabendo eu que há muito seja extinta
toda a navegação de alvorecer
tal não impede que me julgue e sinta
um náufrago no mar do esquecer.
agarro então as folhas de papel
brancas como o morrer de ondulação
e pinto-as de letras ,faço mel
amargo como purga e nutrição,
apanho o sol e deixo-me aquecer
numa ou noutra fugaz recordação.
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