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Ah! como se muda a face e amarga
é a hora que passa e nos destrói,
como se estreita a estrada sendo larga
como é veloz o tempo que se foi !
como é engodo a terra que nos cabe
em repartido ser que nos constrói,
confins do impossível ,uma nave
onde o sol queima o frio nos corrói.
ah, como de cetim teu rosto era
como na pedra uma polida imagem
da Grécia antiga, agora uma severa
sibilina figura de coragem,
um pedaço do tempo que não espera
um subtil horário, o da viagem.
Vou escrever meu diário sem dias
porque não tenho dias, francamente
escrevo frases secas e vazias
na caneta de tinta, asperamente.
se ao editar um livro, poesias,
o digo errado ,engano consciente,
mais tarde faço provas, agonias
que o meu perfeito estado é de demente.
empilho os livros, são massa abstrata
de frases desconexas seguidas,
numa tábua de tabopan barata
que não revejo em mim, restam perdidas
na total ignorância , coisa chata
inúteis verborreias doutras vidas.
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