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Há muitos anos aconteceu sonhar,
não saber bem porquê, porque razão,
sonhar florestas , lagos e o mar
juntos em terra na palma da mão.
os anos luz, segundos ,no mudar
deste ruir por entre escuridão,
sem matéria não há imaginar
é o vácuo e o mito a criação.
mas que sonhava então , se minhas penas
de bétulas não eram nem vivia,
mas de inocências novas e morenas
sonhos que terminavam ao meio dia,
o sol me tisna a pele , ondas serenas
a reabrir as dores da fantasia.
Sou da arte rupestre, de cavernas
das primeiras pinturas desenhadas
venho de longe de entranhas maternas
em epopeias nunca terminadas.
venho com outros , melhorando pernas
respirações e farejando estradas
a abrir portas, acender lanternas,
comendo deuses, fantasmas e nadas.
longe,tão longe, que a memória esquece,
os primitivos passos que já fez,
desde as águas dum charco que acontece
ou na lama dum rio, foz talvez,
venho pelo tempo que o acaso oferece
jogo de azares e mudo de porquês.
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