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Tenho teus olhos como gotas de água
presas em flores de rosa e de perfume
e cinjo-te a cintura, aperto, trago-a
colada ao corpo findo de azedume.
já não existe o amargo duma mágoa
nem limite de ideia me resume
a vivência, se foi, agora afago-a
como tesouro e não como queixume.
e assim cada momento é uma história
que sendo dois acaba por ser minha
retorno inconsciente na memória
ou consciente sigo a plana linha
não me separa a velha trajectória
antes porém revive e me acarinha.
A ilha não tem porto no deserto
é fúria nas falésias e no vento
nos picos aguçados desalento
andam medos voando em desacerto.
poucos barcos navegam, instrumento
não há ,nem rota certa em tempo incerto
o mar revolto faz no longe o perto
sobre farol sem luz , nem firmamento.
embrenho-me pelas horas, subo a bruma
renascida do chão a cada instante
peregrino por mim de sede errante
embriagado em mosto que se fuma
sobre o abismo, pressentida espuma
e mãos que não tem bússula ou sextante.
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