Um soneto para ti, estás tão longe
e não te posso ver nem te falar
prometi-me ao silêncio como monge
rezo por ti mas sem crenças de altar
não tenho um oceano a impedir-me
mas minha companhia é como o pó
navegas entre o ver-me e o fugir-me
perto do telefone, mas estás só.
talvez que mesma rota seja a tua
das que me queixo, herança de te ter,
também estando em casa quero a rua
sobre o calor a ânsia do chover,
almas de lava pela rocha nua
na amarga rota do sobreviver.
Tenho-te mui esquecido na memória
dos factos recentes desinteresse
tanto ás vezes me falta outras parece
que se apagou o verbo e oratória
porque me foge a rima ás vezes penso
ter-se esgotado a pobre inspiração
quando o corpo ma pede a mente não
e dela assim me livro e me dispenso
e porque só a mim e a mais ninguém
faz falta este vazio de interior
não quero prolongar o estertor
em que tal velho escrito se mantem
adeus amigos meus adeus leitor
andando indo vou por aí além.
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