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A revolucão passou pela avenida
expondo os estandartes desfraldados
vento dando nos panos levantados
pela banda da cidade precedida
o deus Poseidon riu do pedestal
habituado ao cíclico aparato
os discursos os gritos e o ato
o mesmo términus na internacional
quarenta anos vivos de glórias
não cumpridas na esperança persistente
porque só esta existe descontente
das promessas banais alienatórias
a revolta foi fama apenas histórias
para enganar a fé de toda a gente
Ondas que vem e vão tantas eu tenho
rolando em seixos sobre impaciência
despejando na praia turbulência
dentro da tempestade onde me amanho
ondas que do mar vem tão indistintas
em corpos desnudados divididos
pulsam vulcões nas margens sem sentidos
lavas arrefecidas e famintas
um dia esperarei numa cidade
de picos rubros e rochedos crus
pelos bens próprios do tempo na verdade
na ânsia onde o desejo nos conduz
sentado de calções azuis saudade
na tua sombra algures que me seduz.
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