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O morto estava quente e esticado
sob um lençol , na estrada, no exacto
local onde expirou, empacotado,
fora de si a ponta dum sapato.
amachucado era e era preto,
com a biqueira aberta, língua em gato,
misturada no som obsoleto
de ambulância em inútil aparato.
descobriram o morto ,estava morto,
voltaram a tapa-lo, ali ficou,
aconchegado á berma e absorto
na morte em que a vida o transformou,
coberto pelo lençol e pelo desgosto
duma mulher que entretanto chegou.
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