
Sonhava-te nos dias que não vinhas
em substância, porém eras, portanto
d’outro tempo lembrado e já não tinhas
senão espaços esmagados pelo pranto.
sonhava-te nas noites pelo fio
da minha mente até alucinada
por onde passeava no vazio,
de auroras boreais na madrugada.
sonhava-te no sonho que demente
duplicava a letra doentia
sonhava-te talvez algo diferente
que não pode existir nem existia
senão como produto duma mente
humana, apaixonada, em anarquia.