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Sou da arte rupestre, de cavernas
das primeiras pinturas desenhadas
venho de longe de entranhas maternas
em epopeias nunca terminadas.
venho com outros , melhorando pernas
respirações e farejando estradas
a abrir portas, acender lanternas,
comendo deuses, fantasmas e nadas.
longe,tão longe, que a memória esquece,
os primitivos passos que já fez,
desde as águas dum charco que acontece
ou na lama dum rio, foz talvez,
venho pelo tempo que o acaso oferece
jogo de azares e mudo de porquês.
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