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Me haveis doado um universo mãe
desconhecido infinito cutelo
uns orifícios um olhar refém
e poiso azul fingido e amarelo
me haveis feito pulmão precipitado
de escamas águas turvas e sapais
presente evoluído dum passado
sem livro de instruções e me deixais
por isso sou um nada como o nada
matéria que materia pensamento
filho de deuses ulterior passada
para me perceber como um jumento
a alma a consciência vão e espada
onde ao vazio levo o meu tormento
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