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TEMPOS

por Peter, em 22.04.21

santo_elias 11.JPG

Como um agrimensor tomo  as medidas

com cuidados formais  de bem fazer

apesar de saber por mim vividas

as animicas musas a  ceder

 

tudo tem o seu ponto, as enseadas

nem sempre são perfeitos areais

pois se há tudos no ser também há nadas

sonhos contados,outros irreais

 

caminho minha via sem espavento

a cada hora ou dia sufragado

se afrouxa na largura do momento

 

a história do futuro ignorado

o presente  de cada movimento

tem o devir a ele já colado.

 

 

 

 

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publicado às 00:38


NOSTALGIA

por Peter, em 24.02.15

 

 

verdes2.jpg

 Quando me deito e deixo o dia atras

ou espero a noite que não sei quando vem

quero agarrar a luz e ser capaz

de prolongar fotões que me mantém

 

ocorrem-me á memória coisas fúteis

desenho pela mente corpos  beijos

minguar que há do prazer dias inúteis

mistura sem concerto  de desejos

 

clareia em luz um circulo a lua

faixa de luz reciclada aos molhos

rebenta grades que separam a rua

 

dos teus cabelos brancos dos teus olhos

e sem parar a vida continua

sem arredar o lixo nem os escolhos.

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publicado às 16:37


BINA

por Peter, em 08.02.15

002.JPG

Está frio muito frio o dia é este

gelam os ossos de quem morre e tu

que não pediste para morrer morreste

mais gelada que o dia amargo e cru

 

escrita do tempo diz que tudo é breve

neste universo em expansão constante

e o que nasce o seu regresso deve

ao vazio e ao nada a todo o instante

 

está muito frio hoje o dia é peste

que forja o triste adeus nesta partida

reservo a companhia que me deste

 

nas letras do poema à despedida

sejas matéria escura azul celeste

espera por mim no congelar da vida.

 

 

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publicado às 19:14


CEDRO

por Peter, em 22.12.08


Três séculos e meio , cedro antigo
tanta idade a viver sem um queixume,
tantos ossos queimados, tanto lume
de tanta geração sonhado abrigo.

tu que escutaste frades e poetas,
navegantes e reis e bailadores,
testemunhaste sofrimento , amor,
talvez  de sábios, santos e profetas.

chamam-te S. José , mas não és santo,
és cedro, bem melhor e serpenteias
acima do teu mundo envolto em teias

do  corpo que te envolve em verde manto,
mas por baixo és esqueleto aplicado
já com aço e cimento, segurado.

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publicado às 19:06


NO BUÇACO-2

por Peter, em 17.12.08


Uma vereda, escada ou um carreiro,
o musgo do natal amontoado
em abismos de pedra ou num terreiro
aberto ao sol que espreita amedrontado.

selva da ramaria  onde se estreita
o caminho da reza na verdura
que já foi o silêncio que  ainda espreita
os  nossos passos lentos pela clausura.

na floresta que se alonga, inteiro
percorro a natureza que é também
um pedaço dum deus e de ninguém.

a abundância de nada é um viveiro
a busca que se faz nada contém,
mas é em simultâneo casa e mãe.


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publicado às 19:09


NO BUÇACO

por Peter, em 23.11.08

 


Uma vereda, um banco apodrecido,
o musgo, um tapete acomodado
ás pedras , que são chão e são tecido
onde percorro o corpo interrogado.

um ramo, inconsciente, é imperfeito
na sua simetria dilatada,
e eu  sinto-me livre , mas sujeito
á alma muitas vezes algemada.

se no banco dormir,uma chalupa
me desperta nas sombras das ramagens
por sonhos que já tive em catadupa,

com duas velas, única  maneira
de fazer transportar-me por viagens
deitado numa tábua de madeira.

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publicado às 17:41


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TORGA, EÇA, ABELAIRA, PESSOA, EUGÉNIO DE ANDRADE, DRUMOND DE ANDRADE,RUI BELO, CAMÕES,AQUILINO,FERREIRA DE CASTO, TOLSTOI, KUNDERA,VICTOR HUGO, PABLO NERUDA,CERVANTES, CARL SAGAN, RÉGIO, RUSSEL, RENAN, HERCULANO,HEMINGWAY, STEINBEK, SARAMAGO, LAGERLOFF,PASTERNaK, VERISSIMO,