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A revolucão passou pela avenida
expondo os estandartes desfraldados
vento dando nos panos levantados
pela banda da cidade precedida
o deus Poseidon riu do pedestal
habituado ao cíclico aparato
os discursos os gritos e o ato
o mesmo términus na internacional
quarenta anos vivos de glórias
não cumpridas na esperança persistente
porque só esta existe descontente
das promessas banais alienatórias
a revolta foi fama apenas histórias
para enganar a fé de toda a gente
Quero calar-me ao dia que amanhece
quero nos versos meus fazer sigilo
fugir da réstea fria que aparece
por sobre um bago rubro de mirtilo
quero calar a voz que de vontade
sonora bate em sombras diluídas
sem fim seguir os trilhos da cidade
abertos entre neves repartidas
para não voltar ao meu lugar cativo
eu quero interromper aqui viagem
deambular silêncio andar furtivo
fazer parte integral de uma paisagem
ser um vazio algures e permissivo
acabar de figura e ser imagem.
Pois vem ideia sobre mim e conta,
conta-me coisas novas doutros ceus
que se rasguem para nós cortinas, veus,
á volta do saber que ora desponta.
vem mundo novo aonde se contenta
meu outro ser, o clone natural,
dois ou três mais particula sedenta
por descobrir pedra filosofal.
troca comigo aquilo que aprendi
dos livros do saber, que sempre li
procurando entender ,pela ciência
o mundo que ao meu lado, em paralelo,
pode ser o pior ou o mais belo
mas escancarado a toda a transparência.
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