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A cidade são pedras e calçada
velhas e largas a mostrar canais
transeunte perdido entre os demais
vasculhei cores janelas e arcadas
da nudez da sereia mais que usada
cravei uma tuborg a marginais
e visitei Cristiana onde entre os quais
te vi em liberdade pincelada
não tenho rei não vi nem tenho margem
tão enganado como estou sou vida
por ela recusei-me sou viagem
pedaços de chegada e de partida
entre ladrões exerço vadiagem
esse é meu ermo e minha despedida.
Quero calar-me ao dia que amanhece
quero nos versos meus fazer sigilo
fugir da réstea fria que aparece
por sobre um bago rubro de mirtilo
quero calar a voz que de vontade
sonora bate em sombras diluídas
sem fim seguir os trilhos da cidade
abertos entre neves repartidas
para não voltar ao meu lugar cativo
eu quero interromper aqui viagem
deambular silêncio andar furtivo
fazer parte integral de uma paisagem
ser um vazio algures e permissivo
acabar de figura e ser imagem.
Verdes tileiras da infância antiga,
sombras nos dias tórridos de agosto,
penumbra fresca , ainda hoje abriga
meus restos de matéria e do meu rosto.
nessas belas manhãs de crença pura,
quando tudo mudava por mudar,
a vida era serena e a loucura
não era mais que rir ou mais que ousar.
velhas tileiras, velhos monumentos,
de tanta vida que por ali passou
quando o amor rasgava pensamentos
e era ignorar o maior bem,
eram idade , só o tempo mudou
e com ele mudamos nós também.
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