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A morte não nos falha meu amigo,
chega no imponderavel, traiçoeira,
faz parte deste jogo, é um castigo
que nos aguarda pela vida inteira.
não se escreve nos classificados,
nas ofertas de emprego ou de mulher
não estando algures está em muitos lados,
poderá estar até onde quizer.
levou-te a paginar, a morte exulta,
se nos apanha em franca confiança,
na distração da nossa vida adulta.
levou-te cedo bom paginador,
em letras remetidas á cobrança,
sem te avisar via computador.
Meu vizinho está cheio de riquezas,
tem um rolroyce e ouro em casa forte,
chega-se ao meu portão quando as fraquezas
lhe chegam ao nariz espectro da morte.
digo-lhe que ela vem e vem de vez,
que calha a cada um estar consumado,
mas ele duvidoso diz , cortêz,
que já negociou ser congelado.
e que anos depois ,com o progresso,
a ciência fará o seu regresso
duma rica geleira de defuntos,
mas cuidado , na descongelação,
não esqueça a cabeça, o coração
os pés, o peito, o reto ou os presuntos.
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