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É noite de natal, arde a madeira
são veios de carvalho retalhados
repartem-se em calor, fogo, á lareira,
remanescencia dos antepassados.
o frio está lá fora ,o azedume
corre por mim, talvez leviandade
ver o natal num grito, num queixume,
por quem morre de fome e de verdade,
por quem vive servil na ignorância,
quem se abusa por outro, á escravidão,
quem se perde na falta duma esperança,
quem se aluga pelo valor dum pão,
ou quem se prostitui pela abundância
calcando aos pés o homem, seu irmão.
A noite não me sobra, acordo nela
e deixo-me ficar como que em vão
olhando a ténue luz que da janela
cruza a parede e se espalha no chão.
considero-me apenas um sumido
grão de gene falhado , mutação
frágil como a cigarra e resumido
a sindroma fugaz de negação.
na noite que me sobra o sonho vive
entre estar e não estar ,o sonho vem
e traz-me a incerteza que já tive
como me tráz a dor que me mantem,
na impossivel parte do meu mundo
abismo do pecado ,onde me afundo
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